A nossa selecção vivia, à aproximadamente um ano atrás, momentos totalmente opostos aos que hoje sentimos e que terça-feira(esperamos nós) traduzam todo um processo moroso e gradual de mudanças, tanto na mentalidade como na estrutura futebolística, ou seja, directamente no futebol dentro das 4 linhas. Há um ano atrás, sofríamos (referindo-me a competições oficias) ante a partida com a Dinamarca a 08-10-10, o que eu chamaria "stress pós-traumático:Mundial 2010", após um mau desempenho da selecção das quinas no Mundial da África do Sul. O final desse jogo marcou a rotação em bastantes graus do destino português, da derrota para a vitória. Pela 1ª (e pelo que parece, com Fernando Gomes tão perto de chegar ao trono, a última) vez, a Federação mexeu-se! Admito que a escolha de seleccionador tenha sido feita com tiras de papel num bar qualquer de uma ruela de Lisboa entre Madaíl e os restantes senhores, calhando ao acaso (de entre tantos nomes como Manuel José ou José Mourinho) Paulo Bento, aquele "jovem" que desde 2000/2001 para cá foi o mais feliz em Alcochete/Alvalade e que se encontrava a ressacar da saída do Sporting CP. Pois bem, além disso, desse trabalho, feito pela federação, que nos está prestes a valer a reviravolta no grupo de apuramento para o Europeu de 2012, nada mais fizeram. Os jogadores trataram de impôr eles mesmos a revolução no balneário. E como? Através da saída pela porta pequena. Nomes tão respeitados como Deco, Simão, Tiago, Miguel ou Paulo Ferreira(vá, melhor dizendo, tão internacionais como top20 de sempre), por exemplo, permitiram as mudanças na Selecção actual que levaram a entradas até inesperadas: Rui Patrício(entrou mais cedo do que eu esperava, agora não deverá largar o osso), João Pereira, Rúben Micael e o nome que mais se fala esta semana: Eliseu. Não é fácil fazer, no 1º jogo a titular na selecção e à 3ª internacionalização, 1 golo e 2 assistências num dos 2 jogos decisivos(apesar de ter lacunas a defender, tem uma boa noção de ataque)...
Agora, se começámos a ver o jogo de forma rápida, em "speed-motion", vemos alegria(olháááá ondaaaa), seguida de repentina reacção apática e intervalo. No regresso, continua o momento apático, vem a tristeza, a raiva, a rendição, as rezas, as unhas roídas e finalmente...o 4-2(pois o 5-2 foi apenas acessório). Vimos um pouco de tudo neste jogo entre fogo(Portugal) e gelo(Islândia). Acho que posso dizer, no fim do jogo, que o fogo derreteu o gelo...
A selecção não jogou mal, ouve apenas momentos em que não jogou...
Temos neste momento jogadores em grande forma, como Nani e outros que jogaram bem, como o Martins o Moutinho e o Eliseu. Mas também existia um grande emaranhado de casos que aconteceram nos últimos tempos. O castigo de Carvalho e toda a situação que levou a esse nunca poderiam ter acontecido... É assim que se perde um dos melhores centrais a jogar actualmente... Mas não é a única coisa. Com as ausências de Coentrão e Sílvio porque não foi Bosingwa chamado??
Apesar de tudo, a selecção conseguiu a vitória e isso é o mais importante. Agora só se espera que repitam a dose terça-feira e que durante o Europeu não aconteçam "cenas estranhas" por que isso só serve para destabilizar a equipa.
SpS-Sporting para Sempre e BpS-Benfica para Sempre